AZUL

Castelo Branco,
a caminho da Biblioteca Municipal,
15 de fevereiro de 2022.

Azul céu, que te cais em meus olhos
Em meus olhos, o infinito
Azul.

Não tenho pés, não tenho mãos,
sou Azul e leve.

Quão esquecidos e infelizes nos tornamos
quando Azul não há.

Neusa Veloso

Palavras soltas – 13

Instalo um poema no teu peito,
instalo-me em ti e adormeço.
O teu coração torna-se gigante
e a terra treme de palpitações.
Desperto.
Estou sentada numa cadeira de madeira,
cadeira desenhada numa folha azul.
Os meus pés tocam as ondas de aguarela
levantadas pelas oscilações terrestres.

19 de maio de 2021
Neusa Veloso